quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Bilinguismo protege mais contra a senilidade.


"Pesquisas sugerem que falar duas línguas pode ter efeito profundo no modo como pensamos. O aprimoramento cognitivo é apenas o primeiro passo. Memórias, valores, até a personalidade podem mudar, dependendo da língua que estou falando. É quase como se o cérebro bilíngue abrigasse duas mentes independentes.

fonte: Google
A opinião sobre o bilinguismo não foi sempre tão positiva. Desde o século 19 pedagogos alertavam que a prática confundiria as crianças e as impediria de aprender corretamente uma das línguas ou a outra. Na pior das hipóteses, essa educação poderia prejudicar o desenvolvimento e reduziria o QI. Hoje, esses medos parecem não ter fundamento. Sim, indivíduos bilíngues tendem a ter vocabulários ligeiramente menores em relação a monoglotas nos idiomas que falam e às vezes demoram um pouco mais para encontrar a palavra certa para cada objeto. Mas um estudo da década de 1960 feito no Canadá revelou que a habilidade de falar dois idiomas não prejudica o desenvolvimento em geral, pelo contrário. Os psicólogos Elizabeth Peal e Wallace Lambert, da Universidade McGill, descobriram que os indivíduos bilíngues, na verdade, superam os monoglotas em 15 testes verbais e não-verbais. (...)

Outra vantagem do cérebro de bilíngues foi descoberta em 2003 por Ellen Bialystok, psicóloga da Universidade York de Toronto. A pesquisadora pediu a um grupo de crianças que identificasse quais frases de uma sequência eram gramaticalmente corretas. Ambos os tipos, monoglotas e bilíngues, enxergavam o erro em frases como “maçãs cresçam em árvores”, mas as diferenças apareciam quando analisavam frases sem sentido, como “maçãs crescem em narizes”. Os monoglotas, desconcertados pela ideia ridícula, não conseguiam reconhecer que a sentença não continha erros gramaticais, enquanto os bilíngues davam a resposta certa.

Com base nesse e em outros estudos, Bialystok defende que os cérebros de bilíngues passam por melhorias no chamado “sistema executivo” do cérebro, um conjunto de habilidades mentais que dá capacidade de bloquear informações irrelevantes.(...)


 Não demorou para os cientistas imaginarem que essa ginástica também poderia ajudar o cérebro a resistir aos efeitos da velhice. Afinal, há evidências que outras formas de exercício cerebral criam uma reserva cognitiva que protege a mente da deterioração causada pela idade. Isso foi mostrado quando Bialystok e seus colegas coletaram dados de 184 pessoas diagnosticadas com demência, metade das quais eram bilíngues. Os resultados, publicados em 2007, foram surpreendentes: os sintomas surgiram quatro anos mais tarde entre os bilíngues em relação a seus colegas monoglotas. Em 2010, eles repetiram o estudo em outros 200 indivíduos com Alzheimer. Os sintomas começaram a se manifestar cinco anos mais tarde entre aqueles pacientes que eram bilíngues. (...)"

Fonte: Texto tirado do artigo de Catherine de Lange, no site da revista Galileu, da edição do dia 14/08/2012.



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