Pesquisa realizada recentemente mostra que só 36% do grupo
que se declara fluente na língua inglesa no Brasil têm verdadeiras habilidades
com o idioma. É o caso de muitos profissionais que devido a essa “fragilidade”
não conseguem trabalhar na área que tanto deseja, tendo que se contentar com
uma segunda opção de oferta de trabalho.
O país tem um dos piores índices de proficiência em inglês
do mundo, segundo pesquisa realizada, além disso, apenas 5% da população sabe
falar inglês, de acordo com o levantamento feito pelo British Council. Em
épocas pré-eventos esportivos, em que os olhos do mundo todo começam a se voltar
cada vez mais para o Brasil, a falta de fluência na língua inglesa representa
risco de perda de oportunidades para profissionais e para empresas. “O inglês,
hoje, é um elemento econômico, que te coloca numa posição diferenciada, diz
Cláudio Anjos, diretor de Exames do British Council no Brasil.
Para piorar, muitas vezes o brasileiro exagera em suas
qualificações linguísticas no currículo. Um estudo do site Vagas.com, feito com
37.389 candidatos em 12 estados, mostrou que 51% informam ter inglês avançado
ou fluente para a escrita e leitura. Porém, destes, ficou provado, após teste
de proficiência, que somente 36% podem ser considerados avançados e fluentes.
Já o diretor da consultoria Robert Half é um pouco mais
pessimista em relação ao que a falta deste conhecimento faz aos profissionais
dos segmentos de petróleo e gás, naval e industrial, de marketing,TI e
finanças. Para ele, esses profissionais correm mais risco de perder suas
posições.
A pesquisa mostra também que em comparação a 2010, último
ano realizado, houve uma queda na proficiência, o que mostra que uma das
principais razões para a piora deste quadro é a deficiência do ensino da língua
inglesa no total da população. Para o Coordenador da Louder Idiomas, Eduardo
Castilho, o grande problema se encontra na ”desvalorização” deste tipo de
ensino. “Hoje existem muitos que se consideram “professores”, apenas pelo
motivo de que moraram um determinado tempo no exterior. Isso não os capacita
como profissionais de ensino. Para lecionar é necessário no mínimo ter alguma formação
técnica, como qualquer outro profissional”.
Por não existir nenhuma regulamentação para o setor, muitos
aproveitam esta brecha e acabam ensinando sem nenhum critério. Contudo, a causa
disso vem por meio de uma futura decepção, quando o aluno descobre que não
conseguiu evoluir, criando assim um desgosto pelo idioma.
“As pessoas têm um pensamento que, só de ter um “professor” estrangeiro
ou um que puxe um sotaque “britânico”, elas conseguirão aprender com mais
facilidade. Isso não é culpa delas, justamente porque o mercado vende isso como
solução, onde, na verdade, o grande diferencial é a metodologia aplicada pelo
professor, que sendo ele um profissional gabaritado, conseguirá fazer o aluno
aprender com mais facilidade”, finaliza Castilho.
Fonte: O Globo
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