quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Número de brasileiros com proficiência em inglês é preocupante.


Pesquisa realizada recentemente mostra que só 36% do grupo que se declara fluente na língua inglesa no Brasil têm verdadeiras habilidades com o idioma. É o caso de muitos profissionais que devido a essa “fragilidade” não conseguem trabalhar na área que tanto deseja, tendo que se contentar com uma segunda opção de oferta de trabalho.
O país tem um dos piores índices de proficiência em inglês do mundo, segundo pesquisa realizada, além disso, apenas 5% da população sabe falar inglês, de acordo com o levantamento feito pelo British Council. Em épocas pré-eventos esportivos, em que os olhos do mundo todo começam a se voltar cada vez mais para o Brasil, a falta de fluência na língua inglesa representa risco de perda de oportunidades para profissionais e para empresas. “O inglês, hoje, é um elemento econômico, que te coloca numa posição diferenciada, diz Cláudio Anjos, diretor de Exames do British Council no Brasil.

Para piorar, muitas vezes o brasileiro exagera em suas qualificações linguísticas no currículo. Um estudo do site Vagas.com, feito com 37.389 candidatos em 12 estados, mostrou que 51% informam ter inglês avançado ou fluente para a escrita e leitura. Porém, destes, ficou provado, após teste de proficiência, que somente 36% podem ser considerados avançados e fluentes.
Já o diretor da consultoria Robert Half é um pouco mais pessimista em relação ao que a falta deste conhecimento faz aos profissionais dos segmentos de petróleo e gás, naval e industrial, de marketing,TI e finanças. Para ele, esses profissionais correm mais risco de perder suas posições.

A pesquisa mostra também que em comparação a 2010, último ano realizado, houve uma queda na proficiência, o que mostra que uma das principais razões para a piora deste quadro é a deficiência do ensino da língua inglesa no total da população. Para o Coordenador da Louder Idiomas, Eduardo Castilho, o grande problema se encontra na ”desvalorização” deste tipo de ensino. “Hoje existem muitos que se consideram “professores”, apenas pelo motivo de que moraram um determinado tempo no exterior. Isso não os capacita como profissionais de ensino. Para lecionar é necessário no mínimo ter alguma formação técnica, como qualquer outro profissional”.
Por não existir nenhuma regulamentação para o setor, muitos aproveitam esta brecha e acabam ensinando sem nenhum critério. Contudo, a causa disso vem por meio de uma futura decepção, quando o aluno descobre que não conseguiu evoluir, criando assim um desgosto pelo idioma.

“As pessoas têm um pensamento que, só de ter um “professor” estrangeiro ou um que puxe um sotaque “britânico”, elas conseguirão aprender com mais facilidade. Isso não é culpa delas, justamente porque o mercado vende isso como solução, onde, na verdade, o grande diferencial é a metodologia aplicada pelo professor, que sendo ele um profissional gabaritado, conseguirá fazer o aluno aprender com mais facilidade”, finaliza Castilho.
Fonte: O Globo


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