A língua espanhola está presente como idioma oficial em 21 países, mais isso não quer dizer que ele seja uniforme. Da mesma forma como acontece com os outros idiomas, as palavras, modo de pronúncia ou entonação podem sofrer uma variação de um país para o outro ou simplesmente de uma região para outra dentro do mesmo país. Mesmo assim, essa variação não chega a prejudicar a comunicação, por exemplo, quem aprende a língua espanhola a partir da pronúncia da Espanha, pode se comunicar tranquilamente com um mexicano ou argentino.
Alguns métodos de ensino acabam focando na gramática e no significado das palavras, deixando o exercício da pronúncia um pouco de lado, devido à diversidade do idioma. Para reforçar o conteúdo aprendido em sala de aula o aluno pode recorrer a filmes regionais, que trazem o sotaque e a pronúncia da região onde se passa a trama do filme, observando as diferenças culturais, além de poder escolher com o qual ele se identifica mais.
Segue algumas dicas de filmes que possam mostrá-lo sobre essa diferença cultural e de sotaques que a língua espanhola abrange:
Este filme mexicano, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2001, mostra a diferença do sotaque mexicano pela pronúncia LL e Y com DJ (assim, o som de calle fica cadje, bem como, ayer fica adjer). Outra diferença acontece na realização fonética de S e Z. (Ex. asar soa como assar e cerveza tem sua pronúncia como cervessa).
Almodóvar é o diretor mais representativo do idioma espanhol. Neste filme inclusive ele (Almodóvar) utiliza o pronome vosotros (segunda pessoa do plural), que apesar de estar na gramática espanhola, independente do país no qual se estude, vosotros é usado apenas na Espanha.
Quanto ao sotaque, há variações internas, mas os espanhóis são conhecidos pela diferença na pronúncia do Z quando combinado com as vogais, ou de C quando seguido de E ou I. Na região centro-norte do país, o som de cerveza, corazón (coração) e empecé (comecei) é pronunciado como se a língua estivesse entre os dentes ao dizer a palavra. No Sul e nas Ilhas Canárias, a reprodução desses fonemas se aproxima dos falados na América do Sul. A pronúncia do LL e do Y também muda: é mais comum ouvir-se caie (som de calle) e aier (ayer).
Neste filme, Borensztein conta a história de um chinês e um argentino que convivem juntos, porém, ambos não falam a língua do outro. Na argentina, principalmente em Buenos Aires, a população chinesa é grande.
Os filmes argentinos costumam ser um bom exercício de observação e audição de estruturas que são utilizadas especialmente nos países em torno do Rio da Prata, como o voseo. A prática consiste no uso do pronome vos no lugar de tú (nessa região, o usted só é usado em situações formais, próximo ao tratamento "o senhor" em português), sendo que a diferença está no pronome e no verbo nos tempos presente e imperativo.
Neste filme, os protagonistas utilizam o Lunfardo, que não chega a ser um idioma, mas um vocabulário que surgiu entre as classes mais baixas da sociedade argentina, especialmente em ambientes criminosos.
Os termos derivam de misturas com palavras em italiano, francês e, mais recentemente, até português, e podem ser encontrados com frequência em letras de tango (estilo musical e de dança que, assim como o Lunfardo, tem uma origem popular). Algumas palavras foram incorporadas como gírias e empregadas até hoje, como mina (mulher, garota), guita (grana, dinheiro) e pibe (garoto, moleque). Outra prática do Lunfardo que se disseminou na Argentina é o vesre, o ato de falar palavras com as sílabas invertidas - a própria denominação vesre é o inverso de revés. Em vez de falar gorda, eles dizem dagor. É um fenômeno que acontece também em outros países da Hispano-América. Outros exemplos de vesre são goima (para amigo), gotan (para tango) e feca (para café).
Filme co-produzido entre Uruguai, Brasil e França e mostra as diferenças línguísticas principalmente na região do Rio da Prata.
O mais comum é observar que palavras com esses fonemas com o som de X. No caso dos exemplos já citados, calle se escuta como caxe, e ayer, como axer. As diferenças entre os países rio-platenses são mais perceptíveis no que diz respeito à entonação e ao léxico.
Fonte: www.terra.com.br
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